quinta-feira, 22 de maio de 2008

Pedro Ortaça

Grande cantor nativista do RS.
"Pedro Ortaça, surgiu após os grandes luminares Jayme Caetano Braun e Noel Guarany, e ao mesmo tempo que Cenair Maicá.
Ele veio de baixo e silenciosamente, como um veio d'água que traz em si os íntimos segredos da terra de que brota. Afirmou-se pelos anos, ombreou-se com seus irmãos da mesma luta.
Afinou sua guitarra pelo timbre dos sinos das catedrais jesuíticas que o tempo fez ruir; alteou seu canto com reflexos de picumã galponeiro pelos 4 pontos cardeais do estado; superou as fronteiras da "pequena pátria" e hoje é conhecido como uma das mais originais expressões da terra, do povo e dos costumes das Missões.
Ele, sua viola e sua voz, não apenas canta e toca. Ensina, agride, protesta e toma posições.
Divide, o seu talento porque sabe e conhece e proclama que os "missioneiros", de nascimento ou por adoção anímica, são uma única e potente voz a reverenciar, os legados de flor e lança, sangue e sêmen que lhes deixou os 7 Povos.”

fonte:
Apparicio Silva Rillo

São Borja, 4/7/89




"Eu me chamo Pedro Ortaça,
nascido lá no Pontão.
Sempre cantei minha terra,
com raça, fibra e garrão.
Queira Deus que eu cruze o mundo
sem nunca negar o meu chão."
Pedro Ortaça


Pedro Ortaça - Timbre De Galo




Timbre de Galo

Pedro Ortaça

Composição: (Aparício Silva/Rillo/Pedro Ortaça)

Rio Grande, berro de touro,
quatro patas de cavalo.
Quem não viveu este tempo,
vive esse tempo a cantá-lo
e eu canto porque me agrada
neste meu timbre de galo.

É verdade que alguns dizem
que os tempos de hoje são outros,
que o campo é quase a cidade
e os chiripás estão rotos,
que as esporas silenciaram
na carne morta dos potros...

Cada um diz o que pensa -
isso aprendi de infância,
mas nunca esqueça o herege
que as cidades de importância
se ergueram nos alicerces
dos fortins e das estâncias.

Não esqueça, de outra parte,
para honrar a descendência,
que tudo aquilo que muda,
muda só nas aparências
e até num bronze de praça
vive a raiz da querência.

Eu nasci no tempo errado
ou andei muito depressa,
dei ó de casa em tapera,
fiquei devendo promessa
mas se pudesse eu voltava
pra onde o Rio Grande começa.

E se me chamam de grosso,
nem me bate a passarinha.
A argila do mundo novo não
tem a mescla da minha,
sovada a cascos de touro,
com águas de carquejinha...

Rio Grande, berro de touro,
quatro patas de cavalo !
Quem não viveu esse tempo
vive esse tempo ao cantá-lo,
e eu canto porque me agrada
neste meu timbre de galo...



Um comentário:

Volneci disse...

Muito bonita essa música do Pedro.È uma verdadeira homenagem ao nosso Rio Grande. Abraços