Autor: Wilson Araújo (poesia finalista da Sesmaria da Poesia Gaúcha / Osório - 1999) Um galpão, um fogo de chão, um manojo de jujos pendurado à parede. Uma tira de couro que ganhou de um amigo, para os dias de chuva, nos finais de semana, tirar alguns tentos e ensaiar uma trança que aprendeu com o pai quando era guri.
Em riba de um cepo um pelego sovado. No canto da mesa, uma massa de carreta suportando uma cuia. Uma chaleira de ferro, uma panela três pernas que descansa em silêncio na trempe cilhona dos fogões campeiros.
O Chiar da cambona, encostada nas brasas, ressona com calma o seu musical. E traz na lembrança as coisas marcantes, quando deixou a Querência: por motivos que a vida impôs no caminho.
O Verde dos campos, com marcas salientes dos capões de mato. As sangas correndo em direção ao rio - refletem retratos - que seus olhos viram num tempo saudoso que ficou pra trás.
O Rubro do fogo, que seus olhos vêem é a barra do dia, surgindo bonita de trás do horizonte!
O Canto dos pássaros! O Berro do boi! E o relincho dos potros, ficam nítidos e puros, nos poemas campeiros que os poetas escrevem musicando a vida.
Que as ondas sonoras de um rádio de pilhas lhe trás para o rancho.
O Sentimento terrunho que trazes no peito, abastece a alma! Com as coisas mais lindas que o pago lhe deu: a infância, o respeito, o amor pela terra e o valor profundo; Que ficou na resteva da vida, de seus ancestrais!
Mas, quando a alma campeira vazia de campos retouça no peito a saudade maior, as lembranças tranqueiam retesando o garrão, vencendo o repecho da vida de um homem que mateia pensando, sentindo o conforto de uma vida urbana que tem ao redor!
Por isso um galpão, retrato de ontem reproduz a Querência! Porque mudar uma planta para outra terra, ficam marcas no chão... Rebrotam outros galhos mas, mas não muda a essência! Autor: Wilson Araújo (poesia finalista da Sesmaria da Poesia Gaúcha / Osório - 1999) Poesia Gaúcha!
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